segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

PARVA QUE SOU

PARVA QUE SOU
Por Deolinda

Sou da geração sem
remuneração.
E não me incomoda esta
condição.
Que parva que eu sou.

Porque isto está mal e vai
continuar.
Já é uma sorte eu poder
estagiar.
Que parva que eu sou.

E fico a pensar:
Que mundo tão parvo,
Onde para ser escravo
é preciso estudar.

Sou da geração "casinha dos
pais".
Se já tenho tudo, p'ra quê
querer mais?
Que parva que eu sou.

Filhos, maridos, estou
sempre a adiar,
E ainda me falta o carro
pagar.
Que parva que eu sou.

E fico a pensar:
Que mundo tão parvo,
Onde para ser escravo
É preciso estudar.

Sou da geração "vou queixar-me
para quê?"
Há alguém bem pior do que
eu na TV.

Sou da geração "eu já não
posso mais!",
E esta situação dura há
tempo de mais,
E parva eu não sou!

E fico a pensar:
Que mundo tão parvo,
Onde para ser escravo
É preciso estudar.
(fim)

1 comentário:

  1. Jovens, seremos nós sempre, mesmo se o Mundo não está feito sequer para quem vier ainda a nascer. Sabes, Carlos? Às vezes sinto que habitamos um Mundo-Cão... Hihihi ( desculpa lá as tristezas)

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